O que se segue é uma lista de perguntas não exaustiva que pretende servir para estimular ideias sobre as propostas de projetos, bolsas de estudo, workshops e outras atividades do projeto:
- A origem e o conceito de vida
- O que é a vida natural, humana e divina? Como reconhecemos a vida e o que sabemos ou poderíamos saber das origens da vida?
- Quais são os méritos e deméritos dos paradigmas mais influentes (por exemplo, a termodinâmica) para responder a questões de Schrödinger sobre “o que é a vida”?
- A “vida” matemática seria possível, implementada em algum hardware conveniente, ou intercalável entre diferentes plataformas de hardware?
- A natureza das “naturezas”: a noção aristotélica da “natureza” (phusis) é redundante na ciência moderna ou haveria agora novas possibilidades para a noção de “naturezas”?
- A “natureza” poderia ser distinta adequadamente da “máquina”? Alguma forma de teleologia é necessária para distinguir a natureza adequadamente da máquina?
- Seria possível ter algum atributo tradicional dos seres humanos racionais, tais como o intelecto e a vontade, na ausência de um corpo até em princípio?
- A vida é inerentemente diferenciada e complexa? E, se sim, há algum sentido na afirmação da tradição teológica de que o Deus vivo seja também “simples”?
- A matéria tem uma propensão à vida? A matéria é necessária para qualquer ser que seja descrito como vivo, no sentido mais amplo do termo?
- “O mistério da origem da vida, o qual a ciência se depara, é o mais consequente” (cf. Harold 2001, The way of the Cell, 235): esta afirmação ainda é verdadeira hoje?
- Quais são as ramificações teológicas de adotar um modelo divino não intervencionista vis à vis aqueles que adotam um modelo intervencionista para a origem da vida?
- Além do modelo de intervenção, que outros modelos de ação divina especial (ADE) poderiam ser viáveis para a ação divina para além do deísmo em relação à origem da vida?
- Haveria mais que uma “árvore da vida” na terra e como poderíamos testar isso? Haveria implicações filosóficas e teológicas para mais de uma árvore da vida?
- A “árvore da vida” seria mais bem pensada em termos do “arbusto da vida” (cf. S. Gould), o qual não há “progresso” genuíno ou “direção” em qualquer sentido, seja lá qual for a causa?
- Sobre a evolução, o qualificador teísta da “evolução teísta” é epifenomenal? A “evolução teísta” é um oximoro? Uma perspectiva teísta agrega valor de alguma forma?
- O processo e os meios pelo qual a hominização acontece ainda é um problema chave no pensamento evolucionário em geral e para a evolução teísta em particular?
- Haveria condições físicas fundamentais e limitantes para além da qual qualquer tipo de vida que envolva uma existência corporal seja possível?
- Qual seria o critério científico e filosófico para apontar o sucesso na avaliação da descoberta de vida extraterrestre?
- Quais seriam as implicações teológicas, se alguma, para a descoberta de vida extraterrestre?
- O cérebro, a mente e a pessoa humana
- As pessoas são seus cérebros? E, se não, como a ciência contemporânea, a filosofia e a teologia podem promover um entendimento mais adequado?
- O que “eu” sou? Eu devo ser identificado com uma parte do meu ser físico e, se sim, qual parte? Quais são as minhas limitações, por exemplo, poderiam artefatos se tornarem extensões de mim mesmo em algum sentido restrito?
- Sou “eu” apenas significativo em relação a algum “você” ou “isso”? Como eu devo pensar em “mim” se não for por meio de uma identificação corporal ou por parte dele?
- O que é denominado pela expressão “animal racional” e a palavra “pessoa” é essencialmente a mesma coisa? Ou a noção de “pessoa” adiciona algo novo e importante aos seres humanos? Há circunstâncias nas qual “animal racional” e “pessoa” podem não coincidir?
- Os avanços na neurociência estão ajudando a esclarecer a relação entre o cérebro e a mente, e haveria ainda fontes crescentes de confusão a respeito desta relação?
- Há implicações para a espontaneidade e para o livre arbítrio se originando de várias interpretações do conceito e do escopo apropriado das leis da natureza?
- O conceito de livre arbítrio seria redundante sob o conhecimento dos experimentos do tipo Libet e outros trabalhos contemporâneos da neurociência?
- A neurociência está avançando nos modos distintos de cognição e vontade humana? Como estes modos se relacionam com categorias tradicionais da filosofia e teologia?
- Dentro de uma perspectiva teísta, como se diferenciam os modos divinos e humanos de cognição e vontade? Quais seriam os modos humanos de cognição e vontade mais divinos?
- A relação da vontade humana e divina seria um “jogo de soma zero”, no qual a liberdade de escolha de um reduz o escopo do outro?
Haveria ou deveria haver uma “teologia” assim como a “filosofia” do cérebro? - Como a noção tradicional de providência divina se relaciona com o livre arbítrio humano? Quais são as metáforas mais úteis para entender esta relação?
- Como são os conceitos de “providência” e “predestinação” relacionados e distintos na teologia? Os avanços na ciência oferecem novas metáforas para entender cada noção?
- A ciência cognitiva da religião tem implicações para a racionalidade do teísmo, ateísmo ou compromissos religiosos mais específicos?
- O lugar e a pessoa no cosmos
- As pessoas seriam irredutíveis no cosmos e irredutivelmente importantes?
- Dentre os possíveis significados do termo “criação” por um Deus pessoal, qual, se algum, é o mais apropriado para entender as origens do cosmos hoje?
- “Muitos mundos” ou outras interpretações da física quântica oferecem uma perspectiva de razões satisfatórias, consistentes e impessoais do fenômeno quântico?
- A filosofia da pessoa, especialmente em termos relacionais ou do segundo pronome pessoal, tem relevância para entender as teorias físicas, por exemplo, a física quântica?
- É possível, em princípio, conceber a existência pessoal e a identidade sem espaço/tempo ou então em um modo diferente de espaço/tempo do que esta vida?
- “Você não é um floco de neve belo e único. Você é a mesma matéria orgânica decadente que compõe tudo” (cf. filme O Clube da Luta: 1999). Esta afirmação pode ser validada ou invalidada, e, se sim, como poderia o ser sob os avanços do conhecimento hoje?
- Como a investigação do cosmos poderia promover felicidade pessoal, considerando tal satisfação sob uma perspectiva teológica, materialista ou outras?
- A perspectiva teísta pessoal poderia ser prejudicial ou benéfica para o estudo e para a motivação do estudo do cosmos, e para as perguntas fundamentais sobre o cosmos?